EROS
Não sei amar. Quero enxergar em tudo uma lógica mutável que não existe. Amo passageiramente, degustando e vomitando o amor.
A carne é mastigada, saboreada, mas logo parece amargar. Um sabor pútrido de sensações já experimentadas.
Digladiando com minhas próprias palavras inebrio meus pensamentos a ponto de ter visão mesmo lá no calabouço. Convertendo o escuro em resquícios de sanidade para, então, distinguir o que é racional do que é amor. Conto os passos que são dados lá fora até a ponte arterial que me leva ao ser amado. Implanto meu veneno mortal e começo a degustação. Quando finalmente penso que, por fim, aquela é minha morada a boca novamente amarga e descubro que ainda não sei amar. Estou estagnado. Fadado a não viver.
(J. Lima)
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