terça-feira, 21 de julho de 2015
A águia na montanha... sê tu, amor?
A águia na montanha... sê tu, amor?
Viajo por meus sentimentos como uma águia sobre a montanha. Não quero tê-los face a face, apenas os observo com ótima visão.
Por pequenos momentos sonho tolamente encontrar um resquício de humanidade dentro daquelas pedras, mas sei que não há. O chão montanhoso é infértil. Essa sensação de vazio traz a segurança necessária para construir minha morada. Meu pouso forçado é também seguro no cume mais alto.
De lá enxergo ao longe essa terra sem vida, mas ampla. Ao fundo o som do mar e o frio gélido das altitudes complementam minha paz.
Num bater de asas equilibro meu corpo e pairo dentre os perigosos picos, afiados como lâminas, prontos para interromper meu vôo, mas tenho cautela. Enquanto me recupero de cortes profundos questiono minha própria sanidade. O que tanto busco nos meus voos? me pergunto isso todas as vezes. Não sei. Certamente quero ser visto para além das cordilheiras. Anunciar-me nos céus como um ser sublime, enquanto vivo escondido nas secas e infelizes pedras sem vida.
(J. Lima)
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