Vozes
As vozes ecoaram nas paredes. Doces, suaves, ferinas por vezes, mas sempre gritantes naquele silêncio interno.
Muitos foram os dias sem rumo. Desnorteado pelas várias direções sopradas ao ouvido. Belas vozes. Algumas chamavam, clamavam, choravam – não que fosse possível distinguir sentimentos em todas aquelas nuances – quando finalmente cessaram.
Olhei ao meu redor e o que antes parecia uma lotada estação de trem, com o vai e vem das pessoas, agora era somente eu... calado. Talvez tenha assassinado todos aqueles infelizes sons, como faria um louco qualquer, e talvez eu o tenha feito. Silenciar cada um desses “eus” que calaram tão de repente, pode ter sido uma boa ideia... por enquanto.
(J. Lima)
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